Doenças de Sangue
Excesso de ferro no sangue
O que causa o excesso de ferro no sangue?
O excesso de ferro pode ter causas hereditárias ou adquiridas. A hemocromatose hereditária (HH) é a principal doença genética associada ao acúmulo de ferro, causada pelo descontrole na absorção do ferro alimentar. A HH é relativamente comum, afetando cerca de 1 em cada 200 pessoas, sendo
mais frequente em homens. Os sintomas costumam surgir após os 40 anos de idade e incluem:
· Fadiga.
· Dores articulares.
· Alterações no fígado.
· Diabetes.
· Escurecimento da pele.
Se não tratada, a HH pode ser fatal.
Nas causas adquiridas, o excesso de ferro pode ocorrer devido a transfusões frequentes de sangue (em casos de anemias graves) ou doenças crônicas do fígado.
Quais são os riscos do excesso de ferro no organismo?
Embora essencial para o funcionamento celular, o ferro em excesso é tóxico, podendo se acumular em órgãos como fígado e coração, prejudicando gravemente suas funções.
Como descobrir se uma pessoa tem excesso de ferro?
· Exame físico: pode detectar aumento do fígado ou alterações na cor da pele.
· Triagem laboratorial: dosagem de ferritina no sangue, que reflete os estoques de ferro.
· Exames complementares: incluem dosagem de ferro sérico, saturação da transferrina, testes genéticos, exames de imagem e, se necessário, biópsias
Observação: O médico deve avaliar cuidadosamente os resultados, considerando fatores que podem elevar falsamente os níveis de ferritina, para evitar diagnósticos equivocados.
Como se trata o excesso de ferro no sangue?
O ferro não é eliminado pela urina ou fezes. O tratamento mais eficaz é a sangria terapêutica, realizada em intervalos regulares (semanal, quinzenal ou mensal). Esse tratamento é capaz de prevenir e até reverter complicações.
Nos casos em que a sangria não é indicada, como em algumas anemias, utilizam-se medicamentos quelantes, que promovem a excreção forçada do ferro.
Além disso:
· Proibição do consumo de álcool: para evitar agravamento.
· Dieta pobre em ferro: pode ser recomendada, mas tem impacto limitado
Anemia Falciforme
A anemia falciforme é uma doença genética e hereditária causada por uma mutação que resulta na formação de um tipo anormal de hemoglobina, chamada hemoglobina S. Essa mutação foi introduzida no Brasil pelos escravos africanos, predominando em afrodescendentes, mas está presente em todas as etnias devido à miscigenação da população.
Formas de manifestação:
· Traço falciforme (heterozigose): ocorre quando o defeito genético é herdado de apenas um dos pais. Portadores dessa condição não apresentam anemia e não necessitam de tratamento.
· Anemia falciforme (homozigose): surge quando o defeito genético é herdado de ambos os pais. Nesse caso, os glóbulos vermelhos, em vez de serem arredondados, assumem uma forma alongada, semelhante a uma foice (daí o nome “falciforme”).
(ver figura).
Consequências da hemoglobina S:
1. Anemia grave: causada pela destruição acelerada dos eritrócitos deformados.
2. Vaso-oclusão: obstrução do fluxo sanguíneo por glóbulos vermelhos rígidos, que podem “entupir” os vasos sanguíneos, gerando complicações como:
-
- Crises de dor.
- Úlceras nas pernas.
- Problemas cardíacos, respiratórios e renais.
- Necrose óssea.
- Acidente vascular cerebral.
Diagnóstico: O diagnóstico é confirmado pelo exame de sangue conhecido como eletroforese de hemoglobinas, que identifica a presença da hemoglobina S. No Brasil, a triagem para anemia falciforme é realizada de forma rotineira no teste do pezinho.
Talassemias
As talassemias são doenças genéticas e hereditárias, transmitidas de um ou ambos os pais para os filhos. São particularmente comuns em regiões ao redor do mar Mediterrâneo, o que explica sua maior prevalência no Brasil entre descendentes de italianos, portugueses, espanhóis e árabes.
Causa e Mecanismo
Nas talassemias, a anemia ocorre devido à diminuição ou ausência da produção das globinas alfa ou beta, proteínas essenciais para a formação da hemoglobina. Esse desequilíbrio pode deformar os glóbulos vermelhos, prejudicando sua função.
Os dois principais tipos de talassemia são:
1. Talassemia alfa: causada pela diminuição ou ausência de globinas alfa.
2. Talassemia beta: causada pela redução ou ausência de globinas beta.
(ver figura).
Gravidade e Formas Clínicas: As talassemias apresentam ampla variação de gravidade, desde formas leves e assintomáticas até condições graves e potencialmente fatais:
· Formas leves: conhecidas como talassemia mínima ou menor, ocorrem quando o defeito genético é herdado de apenas um dos pais. Nesses casos, a doença geralmente não interfere na saúde e não requer tratamento.
· Formas graves: surgem quando o defeito genético é herdado de ambos os pais, como na talassemia beta maior, caracterizada por anemia intensa. Esses pacientes necessitam de transfusões regulares de sangue (em média, a cada 4 semanas) desde a infância e ao longo da vida, além de tratamentos específicos para eliminar o excesso de ferro do organismo, causado pelas transfusões.
Diagnóstico
Sempre que houver suspeita clínica ou laboratorial de talassemia, recomenda-se realizar a eletroforese de hemoglobinas, exame que confirma o diagnóstico ao identificar as alterações na composição da hemoglobina.
Planejamento Familiar: Pessoas diagnosticadas com talassemia que desejam ter filhos devem orientar seu parceiro ou parceira a realizar testes para identificar a presença de talassemia ou outras formas de anemia hereditária. Essa avaliação é fundamental para calcular o risco de transmissão da doença aos filhos.
Púrpuras
As púrpuras são doenças caracterizadas por sangramentos na pele e nas mucosas, geralmente causados pela redução no número de plaquetas na circulação. Entre os tipos mais comuns, destaca-se a púrpura trombocitopênica imune (PTI), uma condição em que o sistema imunológico do paciente passa a produzir, de forma equivocada, anticorpos que atacam e destroem suas próprias plaquetas.
Causas da PTI
- Em cerca de 50% dos casos, a PTI é secundária, ou seja, ocorre como consequência de uma doença subjacente, como neoplasias ou lúpus eritematoso sistêmico.
- Nos demais casos, a PTI é primária, ou idiopática, não estando associada a outras patologias.
Manifestações Clínicas
Na maioria dos pacientes com PTI, os sangramentos, quando presentes, limitam-se à pele e às mucosas, manifestando-se como:
-
- Petéquias e equimoses (na pele);
- Sangramento gengival;
- Epistaxe (sangramento nasal).
Sangramentos graves são raros e, geralmente, ocorrem apenas quando a contagem de plaquetas está extremamente baixa (inferior a 10.000/mm³).
(ver figura).
O tratamento da PTI tem como objetivo controlar a destruição das plaquetas e prevenir complicações hemorrágicas. Ele pode incluir:
- Medicamentos imunossupressores: como os corticoides, para inibir a ação dos anticorpos que atacam as plaquetas.
- Agonistas da trombopoetina (eltrombopague): para aumentar a produção das plaquetas.
- Cirurgia (esplenectomia): recomendada em casos refratários e de difícil controle, uma vez que o baço é o principal local de destruição das plaquetas.
Hemofilia
A hemofilia é uma doença genética e hereditária que causa deficiência parcial ou total de determinados fatores da coagulação. Por ser causada por um defeito genético localizado no cromossomo sexual X, a doença manifesta-se quase exclusivamente em homens, enquanto as mulheres, em geral, são portadoras assintomáticas.
Os dois principais tipos de hemofilia são:
- Hemofilia A: caracterizada pela diminuição ou ausência do fator VIII da coagulação.
- Hemofilia B: marcada pela deficiência ou ausência do fator IX da coagulação.
Impactos da Deficiência de Fatores de Coagulação: A ausência ou redução dos fatores VIII ou IX impede a coagulação adequada ou torna o processo extremamente lento, resultando em sangramentos significativos, especialmente em locais como:
- Músculos;
- Articulações;
- Pele e tecido subcutâneo;
- Trato gastrointestinal;
- Entre outros.
Cuidados e Prevenção: Pacientes com hemofilia são orientados desde a infância a evitar situações de risco, como atividades de alto impacto que possam causar traumas, quedas ou cortes. No entanto, a prática de exercícios físicos e fisioterapia é fundamental para fortalecer a musculatura que protege as articulações, reduzindo o risco de hemorragias.
Tratamento: O tratamento medicamentoso consiste na reposição intravenosa do fator da coagulação deficiente, especialmente em situações de trauma ou sangramentos graves.
Leucopenia
A leucopenia é a redução no número de leucócitos (glóbulos brancos) no sangue. Diversas condições podem causar leucopenia, sendo as mais comuns infecções, inflamações e o uso de determinados medicamentos. Além disso, algumas pessoas possuem naturalmente um número de leucócitos mais baixo em comparação com a média da população, sem que isso represente uma condição patológica.
Gravidade e Riscos:
Leucopenia discreta: geralmente não exige tratamento específico, sendo recomendada apenas uma avaliação médica periódica (semestral ou anual).
Leucopenia grave: pode aumentar o risco de infecções sérias, que em casos extremos podem evoluir para choque séptico.
Importância da Investigação:
É essencial investigar as doenças ou condições patológicas que podem estar causando a leucopenia, mesmo quando os quadros forem leves, para garantir um diagnóstico preciso e prevenir complicações.
Anemia Megaloblástica
A anemia megaloblástica é causada pela deficiência isolada ou combinada de vitamina B12 e ácido fólico, nutrientes essenciais para a divisão celular, fundamental no processo de produção e maturação dos glóbulos vermelhos. Quando ocorre a deficiência de um ou ambos esses elementos, as células precursoras dos glóbulos vermelhos aumentam de tamanho (o que dá origem ao termo “megaloblástica”), mas não conseguem se dividir adequadamente.
O resultado é a produção insuficiente de glóbulos vermelhos maduros, levando ao quadro de anemia.
Principais Causas:
- Anemia perniciosa secundária à gastrite atrófica.
- Dieta vegana (deficiência de vitamina B12) ou desnutrição.
- Gestação.
- Prematuridade.
Diagnóstico:
O diagnóstico da anemia megaloblástica pode ser confirmado por:
- Dosagens sanguíneas: avaliação dos níveis de vitamina B12, ácido fólico e homocisteína.
Tratamento:
O tratamento consiste na reposição de vitamina B12 e/ou ácido fólico, conforme a deficiência identificada. Além disso, é fundamental investigar e tratar a causa subjacente dessa deficiência para evitar recidivas.
Leucemias
As leucemias são neoplasias graves do sangue, caracterizadas geralmente pelo aumento significativo do número de leucócitos (glóbulos brancos) no sangue. Essas doenças frequentemente se originam na medula óssea, onde uma célula precursora dos leucócitos se torna cancerosa, proliferando de forma rápida e desordenada, o que leva à substituição das células normais da medula óssea.
Há diferentes tipos de leucemias, cada um com particularidades em termos de origem, evolução e tratamento.
Principais Tipos de Leucemias
1. Leucemia linfóide aguda:
- É o tipo mais comum na infância.
- Apresenta evolução rápida e agressiva.
- Quando diagnosticada precocemente, oferece boas chances de cura.
2. Leucemia mielóide aguda:
- Doença muito agressiva que pode acometer adultos de todas as idades, sendo mais frequente após os 60 anos.
- As chances de cura e o tratamento variam conforme fatores como a idade do paciente e a presença de alterações citogenéticas na medula óssea.
3. Leucemia linfóide crônica:
- Característica de pacientes idosos, com evolução mais lenta e sintomas menos agressivos que as leucemias agudas.
- Frequentemente diagnosticada de forma incidental, durante “check-ups”, exames ocupacionais ou pré-operatórios.
- Embora as chances de cura sejam reduzidas, existem medicamentos eficazes no controle da doença, possibilitando o manejo por vários anos. Muitos casos não requerem tratamento imediato após o diagnóstico.
4. Leucemia mielóide crônica:
- Comum em adultos, é causada por uma alteração genética em um cromossomo anômalo conhecido como cromossomo Philadelphia.
- tratamento foi revolucionado por terapias que agem diretamente no defeito molecular, inibindo a progressão da doença por muitos anos na maioria dos pacientes.
O diagnóstico das leucemias geralmente é confirmado por meio de:
- Mielograma ou biópsia de medula óssea;
- Exames de sangue específicos;
- Técnicas avançadas, como imunofenotipagem, citogenética e biologia molecular.
Esses métodos permitem detalhar o tipo de leucemia e avaliar sua agressividade, o que é essencial para definir a abordagem terapêutica.
Linfomas
Os linfomas são neoplasias que se originam de uma célula do sangue chamada linfócito. Geralmente, a doença começa em um dos diversos linfonodos presentes no corpo e pode se espalhar para outras regiões. A principal manifestação costuma ser um “caroço” palpável, que em alguns casos é visível em alguma parte do corpo. Esse caroço aumenta progressivamente de tamanho, podendo comprimir tecidos e órgãos adjacentes.
Em alguns casos, os linfomas podem se desenvolver fora dos linfonodos, afetando órg
Os linfomas são altamente heterogêneos, sendo classificados em dois grandes grupos:
- Linfomas de Hodgkin: subdivididos em quatro subtipos.
- Linfomas não-Hodgkin: que englobam cerca de 70 subtipos diferentes.
Cada subtipo de linfoma é tratado como uma doença distinta, com características e prognósticos próprios. Alguns tipos são muito agressivos e potencialmente fatais, enquanto outros têm evolução mais lenta e são, na maioria dos casos, curáveis.
O diagnóstico é geralmente confirmado por meio de biópsia, que consiste na retirada de um fragmento do tumor suspeito para análise. O tratamento mais adequado é definido com base no subtipo específico do linfoma e após uma investigação detalhada para determinar se outras áreas do corpo foram afetadas.
Tratamento
Os principais tratamentos para os linfomas incluem:
- Quimioterapia
- Imunoterapia
- Radioterapia
- Transplante de medula óssea autogênico (em casos selecionados)
- CAR-T cell
Mieloma Múltiplo
O mieloma múltiplo é uma doença que acomete adultos, representando cerca de 1% de todos os tipos de câncer. No momento do diagnóstico, os pacientes geralmente apresentam anemia e, por vezes, relatam dor óssea intensa, causada pela fragilidade óssea e pelas fraturas patológicas características da doença.
A célula responsável pelo mieloma múltiplo é o plasmócito, cuja função principal é a produção de anticorpos. O diagnóstico pode ser confirmado por meio de diversos exames, sendo um dos mais importantes a eletroforese de proteínas, que identifica a presença de uma grande quantidade de anticorpos anormais (monoclonais) secretados pelas células da doença. Outros exames
complementares incluem hemograma, mielograma, exames de imagem, imunofenotipagem, citogenética, avaliação da função renal, entre outros.
Embora o mieloma múltiplo seja, até o momento, uma doença incurável, existem tratamentos eficazes para o controle dos sintomas e a melhora da qualidade de vida. O transplante de medula óssea autogênico é considerado o tratamento de escolha para pacientes com menos de 70 anos de idade que estão em condições de suportar o procedimento. Para os demais pacientes, o tratamento geralmente envolve combinações de medicamento de diferentes classes, como inibidores de proteassoma (p.ex. bortezomibe), imunomoduladores (p.ex. lenalidomida), anticorpos monoclonais (p.ex. daratumumabe) e corticoesteróides, além de anticorpos biespecíficos e CAR-T cell para casos refratários. Normalmente, utiliza-se também medicamentos que previnem o desgaste ósseo.
Transplante de medula óssea
O transplante de medula óssea (TMO) é um tratamento que envolve a aplicação de quimioterapia em doses muito elevadas, seguida da infusão de células-tronco da medula óssea. De forma geral, a quimioterapia destrói as células normais e doentes da medula óssea do paciente, enquanto as células-tronco do doador repovoam a medula destruída, restaurando sua função com células saudáveis.
O TMO é indicado principalmente para o tratamento de doenças como leucemias agudas, linfomas, mieloma múltiplo, aplasia grave de medula óssea, além de outras condições oncológicas e não oncológicas menos frequentes.
Embora o TMO tenha potencial para curar doenças como leucemias agudas, sua indicação deve ser feita de forma criteriosa e a decisão tomada em conjunto com o paciente, considerando que as complicações associadas ao procedimento são frequentes e podem ser graves ou até fatais.
Tipos de doadores:
As células-tronco utilizadas no transplante podem ser coletadas:
- Do próprio paciente: chamado transplante autólogo ou autogênico.
- De um doador saudável: conhecido como transplante alogênico.
A escolha entre transplante autólogo ou alogênico depende do tipo de doença e da disponibilidade de um doador compatível.
Quando são necessárias células de um doador saudável, é essencial que haja compatibilidade em relação ao sistema celular conhecido como HLA (antígenos leucocitários humanos). Essa compatibilidade é verificada por meio de um exame de sangue. A maior probabilidade de encontrar um doador compatível está entre familiares próximos, especialmente irmãos. Caso não haja compatibilidade na família, inicia-se a busca em registros de doadores voluntários.
Vale ressaltar que o tipo sanguíneo do doador não precisa ser o mesmo do receptor.
Tipos de coleta:
A obtenção das células-tronco pode ocorrer de duas formas:
- Aspiração de medula óssea: realizada diretamente do osso, em centro cirúrgico, com o doador sob anestesia. Esse método é seguro, não requer pontos no local e o pós-operatório costuma ser rápido e indolor na maioria dos casos.
- Coleta de células-tronco do sangue periférico por aférese: feita por meio de uma veia do doador, após alguns dias de administração de medicação subcutânea que estimula a produção de células-tronco. A máquina de aférese separa as células-tronco da circulação sanguínea, funcionando como uma centrífuga.
Este último método é o mais utilizado mundialmente, especialmente em transplantes autólogos, por ser mais seguro, eficaz e confortável para o paciente
Complicações:
Devido ao uso de quimioterapia em altas doses e ao período transitório de aplasia (quando a medula óssea não produz células), as complicações e toxicidades orgânicas associadas ao TMO podem ser significativas e, em alguns casos, fatais.
Principais complicações incluem:
- Mucosite: inflamação severa na boca, garganta e língua.
- Disfunções hepáticas e renais: devido à toxicidade do tratamento.
- Alterações neurológicas: em alguns casos.
- Sangramentos: pela redução de plaquetas.
- Infecções graves: pelo comprometimento do sistema imunológico.
Nos casos em que o transplante é realizado com células de um doador saudável, há o risco de rejeição invertida, conhecida como doença do enxerto contra o hospedeiro (DECH). Nesse processo, as células do doador atacam os tecidos do receptor, reconhecendo-os como “estranhos”. O risco e a gravidade dessa complicação são maiores quando o doador não é da mesma família do paciente.
Deficiência de ferro
Um dos problemas de saúde mais frequentes no mundo
A anemia é o problema de saúde mais prevalente no mundo e metade dos casos de anemia decorre da deficiência de ferro. A deficiência de ferro pode ocorrer em qualquer idade, mas é particularmente mais prevalente nos seguintes grupos:
- Mulheres em idade fértil: 30%
- Gestantes: 42%
- Crianças em idade pré-escolar: 47%
Quais são os riscos da deficiência de ferro no organismo?
A deficiência de ferro, quando persistente e não diagnosticada, pode acarretar complicações significantes e permanentes.
- Infância e adolescência: Déficit cognitivo; atraso do neurodesenvolvimento; déficit de atenção e de memória
- Gestação e desenvolvimento fetal: Prematuridade; retardo de crescimento intra-uterino e baixo peso ao nascimento; instabilidade emocional e depressão pós-parto; maior risco de deficiência de ferro no recém-nascido; aumento da mortalidade materna; maior risco de transfusão no parto.
- Adultos: Dificuldade de concentração; fadiga; redução da capacidade de trabalho; aumento de morbidade infecciosa; exacerbação de comorbidades (p.ex. insuficiência cardíaca)
Como descobrir se uma pessoa tem deficiência de ferro?
Os principais sintomas da anemia ferropriva são fadiga, cansaço (principalmente com esforço), indisposição, sonolência, dor nas pernas, entre outros. A deficiência de ferro, mesmo sem anemia, também pode causar queda de cabelo, unhas quebradiças, perversão do apetite (gelo, terra, alimentos crus, etc.) e síndrome das pernas inquietas.
A ferritina é o melhor parâmetro para detecção precoce da deficiência de ferro. No entanto, os valores de ferritina não são confiáveis em vigência de processos inflamatórios. Nesta situação, a avaliação da saturação da transferrina pode ajudar na confirmação do diagnóstico.
Praticamente todos os casos de deficiência de ferro tem explicação. A investigação da causa do problema é fundamental pois o mesmo grau de deficiência de ferro pode ser observado tanto numa situação branda, como na dieta vegetariana, quanto numa situação grave, como um câncer colorretal.
Como se trata a deficiência de ferro no sangue?
O tratamento da deficiência de ferro consiste na reposição de ferro por via oral ou intravenosa. É fundamental calcular a dose e o tempo correto de reposição de ferro. Há vários compostos diferentes de ferro oral e intravenosos, e o médico deverá escolher o for mais adequada para cada caso.
Além disso é necessário corrigira a “raiz do problema”, ou seja, identificar e tratar a causa do problema como, por exemplo, controlar o sangramento menstrual abundante ou tratar uma gastrite ou úlcera duodenal.
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